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NOTA: Moradores de zonas rurais denunciam intoxicação por agrotóxicos no Brasil
Ciência e Saúde
Publicado em 20/07/2018

As informações foram divulgadas pela ONG Internacional de Direitos Humanos Human Rights Watch

 

Crianças e adultos que moram em zonas rurais brasileiras foram diagnosticados com intoxicação por agrotóxicos perto de suas casas, escolas e trabalho. Essa informação é do relatório divulgado, nesta sexta-feira, pela Organização Internacional de Direitos Humanos, Human Rights Watch. Mas por medo de perderem seus empregos ou sofrerem algum tipo de dano, os moradores preferem não denunciar as intoxicações ou apoiar leis que são contra o uso de agrotóxicos.

 

Foram 73 entrevistados nas comunidades rurais, indígenas, quilombolas e escolas rurais. Segundo eles, estavam expostos aos agrotóxicos pulverizados em plantações. Por isso, o diretor-adjunto da divisão de meio ambiente e direitos humanos da Human Rights Watch, Richard Pearshouse, defende que as autoridades brasileiras acabem com a exposição tóxica e garanta a segurança de quem não aceita os danos causados às famílias.

De acordo com o relatório, o Brasil é um dos maiores consumidores de agrotóxicos do mundo. Somente em 2014, cerca de 1550 toneladas foram vendidas para compradores brasileiros. Isso corresponde a cerca de 7,5 quilos de agrotóxicos usados por pessoa no Brasil, por ano.

Os entrevistados relataram que durante as intoxicações apresentaram sintomas de vômito, náusea, dor de cabeça e tontura. Além disso, a exposição, mesmo que em doses baixas, pode estar relacionada à infertilidade, baixo desenvolvimento fetal e até câncer.

Uma mulher de 20 anos, professora de uma comunidade rural no sul da Bahia, relatou que estava dando aula quando um avião passou jogando os produtos ao lado da escola. Ela disse que o vento levava os agrotóxicos para a escola e as crianças começaram a reclamar que os olhos e gengivas estavam ardendo. O nome da professora não foi divulgado por proteção.

De acordo com a Human Rights Watch, dentre os 10 agrotóxicos mais usados no Brasil em 2016, quatro não são autorizados na Europa.

Reportagem, Sara Rodrigues

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