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Empréstimos no cartão de crédito tem gerado lucros exobirtantes a quem empresta
Economia e Negócios
Publicado em 08/05/2017

Agiotas tem lucrado cada vez mais. “Empréstimos no cartão de crédito, pagamos na hora”.

Por trás de toda essa facilidade para obter um dinheiro que pode ser a salvação para quem está no vermelho, esconde-se uma prática criminosa feita a partir de uma negociata com comissões exorbitantes.
“Essa prática configura um crime de usura, que significa juros excessivos, cobrança exorbitante de dinheiro nos empréstimo financeiros. É um delito previsto na Lei número 1.521, que versa sobre crimes contra a economia popular”, esclarece a delegada da Delegacia de Crimes Contra o Consumidor (Deccon), Beatriz Gibson.

 

 

A operação simula a venda de um produto ou serviço, mas entrega dinheiro sem autorização do Banco Central e sem o recolhimento dos devidos tributos, o que configura um crime. O empréstimo é “camuflado” em forma de venda, mediante pagamento de juros abusivos.

Sem se identificar, a reportagem do JC entrou em contato com uma pessoa que oferece esse tipo de serviço, a partir de um número divulgado em um cartaz afixado pelas ruas centrais.
 A operação é simples: basta ter um cartão de crédito e passar determinado valor na maquininha. Quem contrata o serviço precisa ter apenas limite superior ao valor do empréstimo e dos juros. Na mesma hora, a pessoa sai do local com o dinheiro vivo, coisa que dificilmente ocorre em outras modalidades de crédito.

“É necessário algum documento ou comprovante de renda?”. Do outro lado da linha, a resposta: “É simples, você só precisa ter um cartão com limite. Eu parcelo em até 12 vezes e você só paga uma pequena taxa por isso”, afirmou o homem que se identificou apenas como Flávio. A citada comissão caracteriza a prática de agiotagem, crime com pena de seis meses a três anos de prisão.

Na conversa, o empréstimo seria de R$ 5.000, para pagar em 12 parcelas de R$ 633, totalizando R$ 7.596, ou seja, quase 60% a mais. O agiota passaria esse total na sua maquininha, mas entregaria apenas os R$ 5.000 para o tomador, que ficaria devendo à administradora. Além dos juros ganhos com o crédito fácil, o operador não corre nenhum risco de ficar sem receber, já que as parcelas do montante emprestado serão pagas a ele pela administradora como se fosse uma loja comum, vendendo um produto qualquer.
O diálogo prossegue: “Mas essa é uma operação segura? O negócio é legal?”, questiona a reportagem durante o contato com o operador. “Tudo correto, somos uma empresa. Senão, nem teríamos tantos cartazes pela cidade”, garantiu.


Fonte: com Informações via jconline

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