Se tem um dia que merece ser comemorado é o Dia do Beijo. A data é celebrada nesta quinta-feira. Que beijar é muito bom, (quase) ninguém discorda. Mas nesse ato há muitos outros benefícios, que vão além da troca de carinho, e também alguns riscos, que devem ser conhecidos.
Pode parecer estranho, mas na boca humana há aproximadamente 800 tipos de bactérias. Elas são permutadas durante o beijo e isso acaba aumentando as defesas naturais do organismo, em um processo parecido com o da vacina. Casais que se relacionam há muito tempo tendem a possuir microrganismos parecidos, ou seja, estão preparados para lidar com infecções semelhantes. É claro que, para essa troca ser saudável, as pessoas devem ter boa higiene oral, escovando os dentes e utilizando o fio dental regularmente.
Veja abaixo um vídeo sobre o assunto com o professor de Biologia e médico, Dr. Murilo Ranulfo:
Dar e receber beijos também é uma forma de reduzir a ansiedade e de melhorar o humor e aumentar a sensação de prazer. Isso acontece porque o ato reduz hormônios relacionados ao estresse e aumenta a serotonina e a ocitocina, responsáveis por sensações como bom humor, bem-estar e prazer.
Ao reduzir o estresse, o beijo contribui também para a redução de problemas cardiovasculares, já que muitos deles são gerados ou intensificados justamente pelo estado estressante. Estudos indicam, ainda, que beijar pode reduzir os efeitos de reações alérgicas, reduzindo sintomas como espirros e secreção nasal. Não deve ser novidade, mas o beijo também tem papel fundamental no aumento da libido, criando o clima entre o casal e preparando o corpo para a atividade sexual. Sem falar nos benefícios para a autoestima, pois não tem quem não goste de se sentir querido e desejado.
Por fim, beijar também gasta calorias, apesar de não compensar, nem de longe, uma vida sedentária. O beijo, no entanto, também traz alguns riscos, pois há várias doenças que são transmitidas pela boca e pela saliva. Estatisticamente falando, quem beija mais pessoas diferentes, tem mais chance de ser infectado. Mas, em geral, são doenças simples de serem tratadas.
A mais conhecida delas é a mononucleose, que não atoa é considerada a doença do beijo. Trata-se de uma infecção viral que pode ser assintomática ou gerar febre alta, dor de garganta e de cabeça, tosse, entre outros sintomas típicos de viroses em geral. Outra conhecida doença transmitida pelo beijo é a herpes simples. Como ela normalmente causa uma lesão nos lábios, fica mais fácil identificar pessoas contaminadas. Mas não se engane, a transmissão pode ocorrer mesmo quando não há nenhum sinal aparente.
A parte boa é que a maioria das pessoas já teve contato com o vírus e, ainda assim, ele nunca se manifestou. Vários tipos de gripes e resfriados também podem ser transmitidos pelo beijo, além de catapora e caxumba, apesar de serem doenças bem mais comuns em crianças. A candidíase oral, também conhecida como sapinho, é causada por fungos e pode ser transmitida pelo contato direto, como o beijo. Se houver pequenas feridas na boca, há, ainda, o risco de transmissão de sífilis, uma doença sexualmente transmissível. Mas isso é bem mais raro.
O micróbio causador da meningite, doença que consiste na inflamação das membranas que envolvem o cérebro (meninges), pode ser transmitido da garganta de uma pessoa a outra, por meio de gotículas da tosse, espirro e, naturalmente, pelo beijo.
Vale lembrar que beijar não transmite o vírus do HIV. De acordo com o Departamento de IST, Aids e Hepatites Virais, do Ministério da Saúde, não existe nenhum caso descrito na literatura científica em todo o mundo que comprovadamente tenha demonstrado que o beijo transmitiu o HIV. As formas de contágio cientificamente comprovadas são pelo sangue, pelo aleitamento materno e pelos fluidos genitais masculinos e femininos.
Portanto, se resolver ir além dos beijos, não deixe de usar camisinha.