O Porto do Itaqui, no Maranhão, se prepara para ser o principal ponto de escoamento da carne brasileira processada da região Centro-Norte do Brasil para o exterior. Com a série de novos investimentos do Governo do Maranhão, já em andamento, acompanhados das características do Porto, a expectativa é que o tempo dos processos burocráticos para a exportação caia em torno de 80% em relação aos trâmites tradicionais. O anúncio foi realizado pelo presidente da Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), Ted Lago, nesta terça-feira (4), durante coletiva de imprensa na feira ‘Intermodal South América’, em São Paulo (SP).
De acordo com o presidente da Emap, as negociações e tratativas para a inserção do Porto do Itaqui no mercado de exportação de carne processada levam em consideração também peculiaridades do Porto que o colocam em local de destaque, como sua profundidade, sua localização e principalmente a sua interligação ferroviária com a região. “Todos estes diferenciais, somados ao desempenho da nossa Receita Federal, considerada hoje mais eficiente, além de todos os investimentos em tecnologia por parte do Governo do Maranhão, irão garantir fretes mais competitivos, menos tempo e um processo muito mais dinâmico”, destacou Ted Lago.
A modernização inclui diversas etapas, desde a inspeção até a emissão da documentação para exportação. Todas essas etapas reforçam a garantia da qualidade da carne, pela transparência do processo e pela tecnologia que está sendo investida. “Dentre as iniciativas, uma delas é eliminar o papel. A carga praticamente não vai parar. Vai sair da origem e ir quase direto para o destino final. Ou seja, vamos diminuir o máximo tempo possível de desembaraço do contêiner, passando de 60 horas para três a cinco horas, em média”, explicou Lago.
Outro ponto de avanço é a questão da rastreabilidade, ou seja, o acompanhamento de todo o processo de exportação da carne processada. “Isso é muito importante neste momento em que se questiona, de forma errônea, a qualidade da carne brasileira, que é, sem dúvida, uma das melhores do mundo”, reforçou o presidente.
Mercado Norte-americano
O mercado norte-americano manifestou interesse por este novo modelo adotado e um projeto de exportação de carne para esta região nasceu a partir de uma demanda do Ministério de Relações Exteriores. “A expectativa é criar uma saída, pelo Arco Norte, de parte da carne processada na região Centro-Oeste. Atualmente, a totalidade dessa carne é exportada pela região Sul e Sudeste, de caminhão”, disse.
A expectativa das empresas é fazer o embarque piloto no segundo semestre deste ano. “Somos um dos elos dessa cadeia logística, mas com os investimentos em andamento temos condições de fazer este processo. Com os portos das regiões Sul e Sudeste congestionados, este será um novo canal. Como exemplo do que foi a soja há algum tempo, hoje nós consolidamos o Porto do Itaqui como o principal exportador de grãos da região. Passo a passo, vamos inserir a carne maranhense nesse processo e tornar o Maranhão um grande exportador de carne”, finalizou Ted Lago.