Depois de cinco reduções seguidas, o preço do diesel volta a subir 0,5% nesta sexta-feira (06). Já o preço da gasolina se mantém em baixa desde o dia 29 do mês passado, acumulando retração de 7%. O novo reajuste definido pela Petrobras para esse combustível, de menos 0,7%, entra em vigor também nesta sexta-feira. Considerando os reajustes para cima e para baixo observados desde o dia 30 de setembro, o preço do diesel às distribuidoras caiu 6,7%.
A mudança na política de preços dos combustíveis passou a ser adotada pela Petrobras no início de julho nas refinarias. Desde então, os preços da gasolina e do diesel estão sendo alterados, às vezes, de um dia para o outro. A estatal afirma que a ideia é repassar com maior frequência as flutuações do câmbio, do petróleo e, com isso, permitir “maior aderência dos preços do mercado doméstico ao mercado internacional no curto prazo”, dando condições de competir “de maneira mais ágil e eficiente”.
Nas ruas, muitos motoristas relatam dúvidas sobre qual é o atual preço dos combustíveis derivados de petróleo. E outros reclamam da novidade. “Com essa variação de preços, a gente tem que estar procurando diferentes postos que façam preços melhores. Mas está muito alto”, disse o estudante de odontologia Rafael Pereira da Cunha Vasconcellos.
De acordo com a Petrobras, os ajustes nos preços poderão ser feitos “a qualquer momento, inclusive diariamente” desde que a variação acumulada no mês por produto esteja dentro da faixa de +7% ou -7%. Conforme a companhia, os ajustes praticados desde outubro do ano passado não foram suficientes “para acompanhar a volatilidade crescente da taxa de câmbio e das cotações de petróleo e derivados”. Por isso, a maior frequência nos ajustes foi adotada.
Porém, especialistas divergem sobre os efeitos da nova política nas contas do brasileiro.
Novidade – de ajustes frequentes – acaba por confundir o consumidor que não consegue acompanhar as mudanças, segundo o coordenador da Área de Serviços da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), Carlos Confort.
Ele defende que o ideal seria alterações com periodicidade certa para permitir que os consumidores pudessem se preparar para isso. “A gente vê com certa preocupação porque, às vezes, o consumidor não consegue se planejar para esses aumentos e até controlar seus gastos para abastecer [veículo próprio], que são gastos fixos e acabam ficando variáveis. A gente sabe que, quando aumenta, aumenta para todo mundo; mas quando diminui, nem sempre diminui para todo mundo”.
O coordenador recomenda que o consumidor verifique se os postos estão aumentando ou diminuindo os preços seguindo as mudanças.