Casos de raiva em bovinos no Pará levaram o estado do Maranhão a emitir alerta para a doença. Como os estados fazem fronteira, a preocupação é que a enfermidade avance para as cidades maranhenses. De acordo com o chefe do Departamento de Controle de Zoonoses no Maranhão, Daniel Saraiva, o receio surgiu quando o estado vizinho emitiu uma nota técnica no começo deste ano alertando para os casos de raiva em bovinos.
De acordo com a secretaria de Saúde do Pará, foram registrados sete casos neste ano. Em 2016, foram nove registros no estado. A doença em humanos não tem registro desde 2005.
Já no Maranhão, segundo o governo estadual, foram registrados dois casos neste ano. Em 2016, foram menos de 10. O último caso registrado de raiva humana no estado foi em 2013.
Daniel diz que desde 2015, Maranhão e Pará têm buscado trabalhar em conjunto para evitar o que ocorreu entre os anos de 2004 e 2005, quando um surto provocou a morte de várias pessoas. Só no Maranhão, o vírus fez 24 vítimas.
“A vigilância demonstrou fragilidades naquela época de não ter percebido a migração desses animais e consequentemente do surto. Então em 2015 tentamos – em conjunto com os colegas do Pará – pra estreitarmos as relações, a parceria e estamos desenvolvendo ações conjuntas, principalmente em relação às fronteiras. E não somente a raiva em bovinos, mas todos os aspectos relacionados a raiva, como de cães e gatos, como coberturas vacinais, envio de sangue para monitoramento; entre outras ações”, afirma Daniel.
Ainda segundo o gestor, a vigilância é essencial. Não apenas por parte dos governos; mas também da população. Ele chama atenção para o fato de que a raiva é uma doença letal.
A enfermidade é transmitida ao homem pelo vírus presente na saliva e secreções do animal infectado. Os sintomas são perturbação do sono, alterações na sensibilidade, queimação, formigamento e dor no local da mordida.