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Tiroteio fecha avenida mais famosa de Paris e deixa mortos e feridos
Mundo
Publicado em 20/04/2017

Um homem atirou contra policiais, nesta quinta-feira (20) à noite, numa das avenidas mais famosas de Paris e fez a França reviver o pesadelo de um atentado terrorista três dias antes da eleição presidencial. Um policial e o atirador morreram. E o grupo Estado Islâmico assumiu a autoria do atentado.

A reportagem é do correspondente Rodrigo Carvalho:

Estávamos gravando em uma das pontes que cruzam o Rio Sena, quando os primeiros carros da polícia passaram em direção a Champs-Élysées. Pegamos um táxi, fomos atrás e encontramos a avenida mais famosa de Paris fechada. Vimos a operação crescer, a chegada da tropa de elite francesa, e ouvimos as testemunhas. Um homem disse que escutou três tiros e saiu correndo.

“Todo mundo se levantou, começou a correr. Ao mesmo tempo, ouvimos dois, três disparos. Não era uma Kalashnikov, era tiro por tiro. Nós corremos, não entendíamos o que estava acontecendo. Nós descemos e vimos as pessoas, os policiais lá em baixo. Não vi a cena. Não vi nem se eram dois, três ou um, não sei”, conta uma testemunha.

Um celular registrou o momento do ataque. O tiroteio deixou as pessoas em pânico. O departamento antiterrorista abriu uma investigação para apurar o que de fato aconteceu.

O que se sabe até agora é que às 21h pelo horário da França, 16h no horário de Brasília, um homem desceu de um carro e com um fuzil abriu fogo contra os agentes. Ele fugiu e acabou sendo morto pela polícia. Tudo isso bem perto do Arco do Triunfo, uma das mais importantes atrações turísticas da França, do mundo.

A área ficou isolada por horas. As cenas após o ataque trouxeram de volta o medo que a França vive desde a onda de atentados dos últimos dois anos, que deixaram 230 mortos. Os tiros contra forças de segurança no coração do país foram disparados quando os olhos do mundo já estavam voltados para a França. O ataque aconteceu no dia do último debate entre os candidatos à presidência.

A principal avenida do centro de Paris, às vésperas de uma eleição importantíssima: primeiro turno da eleição francesa, neste domingo (23), com este tema de ataques. Um tema muito sensível, muito usado politicamente nesta eleição. Então, a todo o momento policias avançam em direção à cena do crime, mas a área ainda está bem isolada e há uma tensão que fica clara no comportamento dos policiais.

As forças de segurança têm sido alvo de ataques frequentes. Em fevereiro, um homem tentou esfaquear um soldado no Museu do Louvre. Na terça-feira (18), a polícia conseguiu evitar um atentado planejado para o primeiro turno das eleições. Dois franceses foram presos em Marselha. Os dois se conheceram na prisão e se radicalizaram.

O presidente François Hollande mandou uma mensagem de solidariedade às famílias dos policiais atingidos e confirmou que o ataque está relacionado com terrorismo. E que, na sexta-feira (21) de manhã, comandará uma reunião de emergência.

A polícia francesa disse que identificou o atirador que foi morto e que vai manter o nome em sigilo até concluir as investigações. O grupo Estado Islâmico anunciou o nome e afirmou que era um cidadão belga.

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