Em São Bernardo do Campo, amigos e familiares participam de velório da ex-primeira-dama Dona Marisa Letícia, mulher do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Foto: Filipe Araújo/Fotos Públicas
O velório da ex-primeira-dama Marisa Letícia, mulher do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, começou pouco depois da 9 horas na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, local onde o casal se conheceu. No velório - que inicialmente foi aberto apenas para familiares e membros do Partido dos Trabalhadores (PT) - políticos prestaram homenagens e levaram solidariedade à família. A ex-presidente Dilma Rousseff chegou à cerimônia por volta das 11h30. Ela cumprimentou Lula e permaneceu ao lado do caixão recebendo abraços de populares.
Ao chegar ao velório, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) disse que a ex-primeira-dama foi “vítima de perseguição”, o que teria agravado seu estado de saúde. “Estou engasgado com isso. Ela foi vítima de uma perseguição gigantesca e não aguentou”, disse o senador.
egundo o vereador de São Paulo Eduardo Suplicy (PT-SP), Marisa estava sempre junto de Lula. "Algumas vezes que jantei no Alvorada ela estava sempre amável nos recebendo. Então, eu venho aqui mais uma vez dar meu abraço a Lula e a todos os companheiros recordando os momentos significativos na vida do Brasil", disse.
Ele também se disse impressionado pela visita de adversários políticos de Lula. "Fiquei bastante impactado com a visita do Temer, FHC, José Sarney, José Serra e Henrique Meirelles e que o Lula teve a oportunidade de dizer a eles que, por mais que tivessem opiniões diferentes sobre o que está se passando no Brasil, queria agradecer a todos e se colocar à disposição para dialogar", afirmou Suplicy.
O vereador ressaltou que Lula disse estar disposto a conversar com Temer, mesmo que "todos soubessem que ele queria que quem tivesse ali era outra pessoa".
Na sexta-feira (3), antes da confirmação da morte da ex-primeira-dama, o ex-governador do Ceará e ex-ministro Ciro Gomes (PDT) foi ao Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Na saída, Ciro afirmou que, apesar de triste, Lula está “firme”.
“Precisamos chamar a atenção para a compaixão, que é a premissa para distinguir o ser humano de uma besta”, afirmou o pedetista, que foi ministro da Integração Nacional durante o governo Lula.
Deputado federal e ex-ministro do Esporte, Orlando Silva (PCdoB-SP) também destacou o clima de solidariedade com Lula. “Apesar dos conflitos, ainda existe maturidade. Todo mundo sabe que Marisa era o equilíbrio emocional do Lula”, disse o ex-ministro.
Nas redes sociais, Lula lembrou com carinho da esposa. "A ex-primeira-dama costurou a primeira bandeira do PT, começou a trabalhar aos 9 anos e organizou resistência das mulheres durante as grandes greves do ABC."
O corpo de Marisa Letícia foi coberto com as bandeiras do Brasil e do PT. Também foram ao velório o presidente do PT, Rui Falcão; o deputado Waldir Maranhão; Jair Meneguelli, ex-presidente da CUT, Vicentinho, deputado federal, Gilberto Carvalho, ex-ministro dos governos Lula e Dilma, outros ex-ministros dos governos PT como Luiz Dulci, Juca Ferreira e Marco Aurélio Garcia. Luiz Fernando Pezão, governador do Rio de Janeiro, Renato Janine Ribeiro, ex-ministro da Educação, o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, Eleonora Menicucci, ex-ministra da Secretaria de Política para Mulheres, entre outros também foram levar seu abraço.
Ao saber da morte de dona Marisa, o presidente Michel Temer decretou luto de três dias no país.
O corpo de Marisa, falecida aos 66 anos, será cremado após ser velado, em cerimônia particular que será realizada no cemitério Jardim da Colina, na mesma cidade.