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O que se sabe sobre as mortes de Marielle Franco e Anderson
16/03/2018 14:02 em Brasil

A vereadora pelo Rio de Janeiro Marielle Franco, do PSOL, foi morta a tiros por volta das 21h30 de quanta-feira (14), na região central da cidade, pouco depois de sair de um evento para mulheres ativistas negras. A morte provocou indignação no país.

Anderson Gomes, motorista do veículo, também morreu. A principal hipótese analisada pelos investigadores da Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro é a de que teria se tratado de uma execução.

Local da morte

O incidente ocorreu na rua Joaquim Palhares, no bairro do Estácio, a 700 metros da prefeitura do Rio e a 100 metros de uma estação de metrô.

Como agiram os criminosos

Os atiradores emparelharam um carro ao lado do de Marielle, abriram fogo e fugiram rapidamente do local, sem cometer nenhum roubo. A vereadora estava no banco de trás do veículo, um Chevrolet Agile branco, acompanhada de Anderson Gomes e de uma assessora, que foi atingida por estilhaços e teve ferimentos leves.

O carro foi baleado nove vezes. De acordo com a Polícia Civil, todos os disparos foram em direção ao banco de trás, onde estava a vereadora. Ela foi alvejada com ao menos quatro tiros na cabeça, e Anderson Gomes foi atingido por três disparos na lateral das costas.

O segundo veículo dos criminosos

A polícia investiga ainda a participação de um segundo veículo na ação, que teria dado cobertura aos atiradores. O carro teria sido visto durante duas horas na porta do local onde Marielle participava da reunião com ativistas negras na Lapa. A placa foi identificada, mas não foi divulgada.

Arma do crime

A munição utilizada pelos criminosos foi calibre 9 mm, que pode carregar submetralhadoras ou pistolas. Essa munição pode ser adquirida apenas por forças de segurança, colecionadores e atiradores esportivos. As balas de calibre 9 mm podem ser compradas mais facilmente no Paraguai, de onde são contrabandeadas para o Brasil e vendidas no mercado negro.

Investigações

A polícia coletou informações no local do crime durante toda quinta-feira. A assessora de Marielle, cujo nome não foi divulgado por razões de segurança, prestou depoimento à polícia, que ouviu ainda outras testemunhas. O Disque Denúncia do Rio de Janeiro recebeu dez notificações sobre o caso até a noite desta quinta-feira.

A Polícia Civil acredita que Marielle foi seguida desde o momento em que saiu do evento no bairro da Lapa, num percurso de quatro quilômetros até o local onde seu carro foi alvejado.

Manifestações

Milhares de pessoas saíram às ruas de várias cidades brasileiras em atos de protesto contra a morte de Mariella e a violência. No Rio de Janeiro, uma grande multidão tomou a praça em frente à Câmara dos Vereadores. Manifestações ocorreram também na Cinelândia e outros locais do centro da cidade.

Em São Paulo, milhares de pessoas fecharam a Avenida Paulista num ato de repúdio ao assassinato. Protestos ocorreram também em várias capitais do país e também em Nova York e Portugal.

Reação fora do Brasil

Deputados da bancada de esquerda do Parlamento Europeu condenaram o assassinato da vereadora e pediram à União Europeia (UE) que, diante do caso, suspenda as negociações do acordo comercial com o Mercosul.

Em sessão na sede do Parlamento em Estrasburgo, na França, vários eurodeputados ergueram cartazes com a frase "Marielle presente, hoje e sempre" em homenagem à política carioca.

 

 

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