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Contas de luz devem manter bandeira vermelha até novembro, diz Aneel
04/04/2017 16:47 em Economia e Negócios

BRASÍLIA  -  (Atualizada às 15h38) O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, disse nesta terça-feira (4) que a bandeira vermelha deve permanecer nas contas de luz até novembro. Na última sexta-feira (31), a agência acionou, para o mês de abril, o primeiro patamar da bandeira vermelha - que autorizou a cobrança adicional de R$ 3 a cada 100 quilowatts-hora (KWh) consumidos. O objetivo é financiar a operação de térmicas a gás, que são mais caras.

Rufino explicou que a bandeira vermelha está sendo acionada no fim do período chuvoso, praticamente acabando com a expectativa de recuperação significativa do nível dos reservatórios ao longo do período de estiagem, de abril a novembro.

“Muito provavelmente, no período seco, não haverá uma reversão da situação hidrológica até o início do próximo período úmido [em novembro]”, afirmou Rufino a jornalistas, no intervalo da reunião da diretoria.

O diretor da Aneel ressaltou que, apesar da alta probabilidade de manter a cobrança adicional, ainda não é possível dar uma “sentença” com a total certeza de permanência da bandeira vermelha. Segundo ele, existe a possibilidade, ainda que pequena, de mudanças nas condições climáticas e no comportamento do consumo nos próximos meses. Isso reduziria a necessidade de acionamento das térmicas e poderia levar ao acionamento da bandeira amarela.

“Não acho provável que a gente deixe de ter o primeiro patamar da bandeira vermelha nesses meses”, reforçou.

Sem desabastecimento

O ministro de Minas e Energia, Fernando Bezerra Coelho Filho, relativizou hoje a decisão da Aneel de definir a bandeira tarifária vermelha. “Quero primeiro deixar claro que a gente não tem risco de desabastecimento”, disse o ministro, para quem existiria uma “confusão” entre a cor da bandeira com o risco de fornecimento de energia elétrica.

“Nós temos esse risco controlado. Mas é evidente que a gente não controla as chuvas que caem nas bacias tanto do Nordeste quanto do Sudeste, e evidentemente, para poder compensar a falta de geração hídrica temos que recorrer à geração térmica”, acrescentou.

O ministro deu as declarações ao participar de cerimônia de comemoração pelos 60 anos de Furnas hoje, na sede da empresa no Rio de Janeiro.

(Rafael Bitencourt e Cláudia Schüffner | Valor)

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